A história do Citroën 2CV

O André (Citroën) já tinha lançado a ideia em 1934.

O Pierre (Michelin), entretanto o novo patrão da Marca, avança definitivamente com o projeto de desenvolver uma viatura popular de pequena cilindrada, com um caderno de encargos no mínimo curioso e inovador: "...um veículo com quatro rodas sob um guarda-chuva. Terá de ser económico e sobretudo capaz de transportar 4 pessoas e 50Kg de bagagem com o máximo de conforto, a 60 km/h... e com um cesto cheio de ovos, sem partir nenhum...".

Foto: André Citroën Foto: Pierre Michelin

 

Outro Pierre (Boulanger), tinha sido convidado para administrador da Citroën e outro André (Lefebvre) tinham em 1939 finalizado o projeto TPV (Toute Petite Voiture), resolveram chamar-lhe 2CV (CV é a potência fiscal em França e o 2 paga o Imposto mais baixo). Ambos tinham formação aeronáutica pelo que o 2CV utilizou todas as melhores tecnologias conhecidas na época: Tração Dianteira, Suspensão Flexível, Motor bicilíndrico, Arrefecido a Ar, Carroçaria em Perfis, Grande Agilidade, Boa Rigidez e Engenhosa Repartição de Massas. Em 1939 fabricaram-se 250 protótipos ainda refrigerados a água.

Foto: Protótipo de 1939 remontado e recuperado Foto: Detalhe do sistema de refrigeração a água do protótipo de 1939

 

Durante a ocupação alemã da França na Segunda Guerra Mundial decidiu-se manter o projeto em segredo. Além disto, todos os armazéns de produção desde o início da guerra foram destinados para a construção de carros de combate da marca Renault. Qualquer tentativa de continuar a produção de protótipos seria impossível.

Considerando o perigo de que os alemães utilizassem o projeto para seus próprios fins, a maioria dos protótipos foram destruídos, e alguns escondidos, mas com a guerra foram esquecidos. Em 1994 três protótipos do TPV daquela época foram redescobertos num celeiro na França. Até  2004 tinham sido encontrados apenas cinco protótipos do TPV.

Foto: Réplica do estado em que foram encontrados os protótipos - Conservatoire’ da Citroën Foto: Motor e caixa de velocidades do TPV original - Conservatoire’ da Citroën

 

Com o eclodir da 2ª Guerra Mundial, o 2CV teve de esperar até ao Salão de Paris de 1948 para se mostrar ao Mundo. Aí já com a sua indumentária definitiva que todos conhecemos, graças ao genial estilista italiano Flaminio Bertoni. 

Foto: Salão Automóvel de Paris - apresentação do 2CV - 1948 Foto: Salão Automóvel de Paris - remoção da capa do inovador 2CV - 1948

 

Equipado com um motor de dois cilindros opostos, refrigerado a ar, com 375 cc e 9 cv de potência (2 cv era a potência fiscal declarada), o 2CV era capaz de chegar aos 45 km/h, gastando apenas 4,5 litros aos 100 km. 

No total, foram construídas dez versões especiais do 2 CV, lançadas em França e em vários outros países europeus.
Incluem o Spot, o Charleston e o Cocorico. O 2 CV também sofreu uma série de alterações, incluindo o lançamento da van de 2 CV (conhecida como 2 CV AU) em 1951, e depois o 2 CV AZ em 1954, equipado com motor de 12 cv e a famosa embraiagem centrífuga.

Veja aqui todas as versões construídas do 2CV

Entre Outubro de 1948 e 27 de Julho de 1990, mês em que a última unidade saiu da linha de montagem da fábrica da Citroën em Mangualde, foram produzidas 5.114.490 unidades do modelo, das quais 1.246.335 da Fourgonette (carrinha). 

O último 2CV a ser produzido em Mangualde, no dia 27 de julho de 1990 pelas 16h30, foi um Citroën 2CV 6 Charleston ( ver foto).

Foto: O último 2CV Citroën a sair da fábrica de Mangualde Foto: Outra vista do último 2CV a ser produzido.

 

Aos 2CV que foram produzidos no dia 27 de julho de 1990, e a que se chamam normalmente de "2CV do último dia" foram emitidos certificados especiais, numerados e que foram fornecidos com as viaturas.

2CV amarelinho (foto brevemente)
Foto: 2CV do "último dia" pertencente ao Club 2CV / Dyane de Portugal Foto: Certificado do "último dia" do carro do Club

 

Desde sempre foi considerado um símbolo de liberdade, sem pretensões, simpático, muito económico, repleto de vantagens mas sobretudo muito simples.

Ele seduziu facilmente muitos milhões de possuidores do mundo inteiro. E continua a seduzir!

Passados todos estes anos ele continua a criar paixões. Possuir um 2CV continua a se sinónimo de um estado de espírito, de liberdade, irreverência, juventude, aventura, rebeldia, solidariedade. Quem o possui não necessita de provar nada aos outros.

 

"O 2CV NÃO É UM AUTOMÓVEL, É UMA FILOSOFIA DE VIDA"

Para a comemoração dos 75 anos do 2CV, a marca decidiu fotografar oito icónicos 2 CV do Conservatório Citroën, que foram fotografados de um ângulo particularmente artístico e que Oito 2CV Icónicos fotografados para a ocasião dos 75 anos.