A história do Citroën Dyane

A Citroën Dyane esteve em produção entre 1967 e 1983. Projectado para ser o sucessor do Citroën 2CV, e combater outros concorrentes que entretanto as outras marcas estavam a colocar no mercado, não resistiu ao mega sucesso do 2CV e acabou por cair antes do seu antecessor.
Com um total de 1 443 583 exemplares produzidos e comercializados, o Citroën Dyane usava a mesma plataforma que o 2CV. A sua produção foi interrompida em 1983, 6 anos antes do fim do 2CV.

Em Portugal, foi construído na fábrica portuguesa da Citroën, em Mangualde, que produziu naquele período 27.660 automóveis deste modelo. Foram produzidas para o mercado português duas versões exclusivas deste modelo: a Dyane Dyanissima e a Dyane Nazaré.

Breve história da sua evolução:

Apresentado em 1967 durante o Salão Automóvel de Paris, o Dyane destacou-se do 2CV pelas linhas mais modernas, pelo desenho da porta traseira que dava acesso ao porta-bagagens, pela capota “retráctil” de duas posições, um banco traseiro removível e faróis dianteiros incorporados nos pára-choques. Possuindo 3,90 metros de comprimento e capacidade para quatro ocupantes, o Dyane foi produzido nas mesmas linhas de montagem do 2 CV e utilizava o mesmo motor Boxer de dois cilindros arrefecidos a ar.

A Citroën Dyane foi diversificando e deu origem a diversas versões, tais como a Dyane 4 e a Dyane 6, existiu também uma versão “Made in Spain” que se fabricou na unidade de Vigo, bem como uma carrinha Dyane 400, chegou ainda a um público que procurava uma carrinha ligeira e económica para o trabalho.

 

 

Dados técnicos do Citroën Dyane:

A 1ª versão da Dyane - 1967 a 1970

Dyane serie 1 1968 Citroen Dyane série 1 Dyane séie 1 motor
Dyane série 1 - Versão de 1968 Dyane série 1 - castanha Dyane série 1 - Motor

 

A 1ª versão Dyane I (Phase I) foi a primeira e esteve em produção entre 1967 e 1970. Com uma velocidade máxima de 95 kms/h, o motor AYA, A79/0 com 425 cm³ de cilindrada, é naturalmente um Boxer de dois cilindros aspirado. Esta versão de motor tinha os seguintes diâmetro dos cilindros: 66 mm, curso do pistão: 62 mm, com uma taxa de compressão de 7.9 e uma capacidade do óleo do motor de 2.5 Lts. O depósito de combustível inicial tinha apenas capacidade para 20 Lts, e no total esta versão pesava 555 Kgs.

 

2ª versão da Dyane - 1970 a 1974

A 2ª versão Dyane I (Phase II) já equipada com o motor Dyane 6 (32 KM), designado por AK2, M28/1 e com 602 cms3 , foi produzida entre 1970 e 1974, e anunciava uma velocidade máxima de 117 kms/h, com um consumo estimado de 5,7 Lts/100 km. Este motor apresentava o diâmetro dos cilindros com 74 mm, um curso de pistão de 70 mm, uma taxa de compressão de 8.5 ( bem superior ao anterior) e menos óleo, com uma capacidade do óleo do motor de apenas 2 litros. O depósito de combustível aumentou para 25 lts e toto o peso do Dyane também, ficando esta versão com 599 Kgs.

 

3ª versão da Dyane - 1975 a 1983

A última versão da Dyane, equipada com o motor AYA2, A79/1, foi produzida entre 1975 e 1983, e com uma velocidade máxima anunciada de 104 kms/h e um consumo de 5,4 lts/ 100 kms, diminuiu para os 435 cm³ de cilindrada, mantendo o carburador e sistema aspirado, os dois cilindros numa versão que mantinha a performance, com menos motor. Esta versão tinha um diâmetro dos cilindros de 68.5 mm, um curso do pistão de 59 mm, mantinha a taxa de compressão nos 8.5, com a capacidade do óleo do motor nos 2,25 Lts. O tanque de combústivel voltou aos 20 lts e o peso total ficava nos 590 kgs.

 

Outras versões da Dyane:

Como é habitual no mundo automóvel, existiram algumas variantes e re-construções de outros fabricantes, que resultaram em versões curiosas da Dyane.

Deixamos alguns exemplos abaixo, para referência futura.

Citroen Dyane 6 - Versão Pedro Sierra.

Dyane 6 Pedro Serra

Uma das criações menos conhecidas do carroceiro de Barcelona é a que ele fez baseado em um Citroën Dyane 6. É uma unidade única, assinada por Pedro Serra em 1970, a pedido de um industrial que avaliava a sua produção numa pequena série de cem unidades. O projeto parou quando o empresário morreu, deixando o carro como exemplo único. Suas linhas são tão originais que é impossível imaginar que carro está por baixo. O que fica evidente é a inspiração de Pedro Serra, já que a carroceria lembra completamente o Maserati Mistral desenhado por Frua, pelo menos na parte frontal.

Dyane 6 Pedro Serra

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Última atualização: 9 Janeiro 2025